sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Evidenciando discurso político e social, Maciel Salú lança seu quinto disco solo


O compositor, cantor e rabequeiro Maciel Salú acaba de divulgar "Liberdade", seu quinto álbum solo. Composto por 10 faixas autorais, todas produzidas por  Hugo Linns, trabalho discursa sobre temas políticos e sociais.

Apoiado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura PE), projeto é uma construção da maturidade, profissionalismo e visão de mundo do artista, promovendo um passeio sonoro sobre temas nada fáceis, mas atuais e relevantes. “Liberdade, com respeito e responsabilidade, é algo que deve ser direito de todo o ser humano. É isso que trago neste disco. Liberdade de falar o que é preciso, de gravar o que eu quero, do jeito que eu acho necessário, sem ninguém para impor limites. É um valor que deveria pertencer à vida de todos”, ressalta.

Já na abertura, “Labirinto” extrai poesia da violência espalhada pelo mundo. “Por causa da minha carreira, já viajei para muitos lugares e pude conhecer as mais diversas realidades, tanto aqui no Brasil, como no Senegal, Estados Unidos e em alguns países da Europa. Então, trago essa vivência da estrada e do que chega até a gente por meio das notícias e dos livros. Na música, digo para cruzarmos as fronteiras... Isso também é em relação ao desequilíbrio social, ao sofrimento, aos conflitos raciais, guerras e bombardeios. É deixar tudo isso para trás”.

Na sequência, a faixa-título "Liberdade" inspira-se no líder Nelson Mandela e, principalmente, em como ele, mesmo em meio a tanta injustiça, defendeu o respeito e priorizou o amor. Com influências do rock e pop, canção foi gravada com bateria, guitarra, baixo e rabeca. Essa última, vem crua e sem efeitos, mas bastante marcada. Para dar um peso extra na sonoridade, alfaia, gonguê e caracaxá.

Em “Flor de Gardênia”, Maciel Salú canta, com ternura, para sua esposa.

A regravação de “Machadeiro” relembra os tempos em que integrava a banda Chão e Chinelo.

Os versos  "o farol iluminou, deu um claridão no mar, de longe avistei a sereia e vi mamãe Iemanjá" abrem caminhos para “Mãe do Mar”, com a participação especial de Juçara Marçal.

“Jurema” surge logo depois, reverenciando a entidade indígena que impulsiona uma das maiores tradições religiosas do nordeste.

“Luiza” explora o lado mais leve do disco e homenageia a neta mais velha do cantor.

Incorporando poesia à música, "Realidade" conta com a colaboração de José Paes de Lira, mais conhecido como Lirinha. A letra, que exalta líderes negros como Bob Marley e Zumbi dos Palmares, alerta: "quem não conhece o passado, não sabe andar no presente".

Em “Maracatu Sem Lei”, Maciel Salú revisita o ano de 2014. Na época, as sambadas de maracatu foram proibidas de acontecer até o dia raiar e foi preciso buscar o Ministério Público para reverter a situação.

Fechando o disco, o frevo “Chegou Pereira” celebra, com muita alegria e entusiamo, as festas de carnaval.


SOBRE MACIEL SALÚ:

Pernambucano, nascido em Olinda, Maciel Salú é cantor, compositor, rabequeiro, mestre e brincante de diversos folguedos. Herdeiro da Família Salustiano, uma das mais expressivas na cultura popular brasileira, convive desde criança em meio aos maracatus, cavalos marinhos, cocos e cirandas.

Na década de 90, durante o auge do manguebeat, integrou a banda Chão e Chinelo.  Nessa época, começou a experimentar as diversas fusões de seu trabalho com os ritmos contemporâneos. Essas tentativas ganharam ainda mais força,  em 2002, quando uniu seu repertório popular com a música eletrônica em DJ Dolores & Orchestra Santa Massa. No grupo, ganhou prêmios como o BBC Awards, Tim e  Multicultural Estadão, além de, em 2016, apresentar-se na Cerimônia de Encerramento das Olimpíadas, no Rio de Janeiro.

Em 2003, Maciel Salú iniciou carreira solo e realizou, desde então, importantes parcerias. Entre elas, com Chico César, Jorge Du Peixe, Siba, Jam da Silva, Isaar, Carmélia Alves e Luiz Paixão.

Com 20 anos de carreira, o artista também participa da Orquestra Contemporânea de Olinda, indicada ao Prêmio da Música Brasileira (2009) e ao Grammy Latino (2010). 

Atualmente, trabalha o lançamento de seu quinto álbum, "Liberdade".

DISCOGRAFIA:

Liberdade | 2018
Baile de Rabeca | 2016
Box com os discos A pisada é Assim, Na Luz do Carbureto e Mundo | 2015
Mundo | 2010
Na Luz do Carbureto | 2007
A Pisada é Assim | 2003

Fonte: Assessoria Bianco

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